Adriana Catarina Ramos de Oliveira, jornalista detida em flagrante por homofobia no sábado (14) em um shopping de alto padrão na capital paulista, foi novamente flagrada proferindo ofensas homofóbicas nesta segunda-feira (16), um dia após ser liberada pela Justiça.
O novo episódio ocorreu em um condomínio localizado na região central de São Paulo. Segundo relatos, Adriana ofendeu verbalmente três moradores, incluindo o analista de comunicação Gustavo Leão. “É revoltante ver que ela foi solta e, em menos de 24 horas, voltou a atacar com tanto ódio. Isso mostra como a impunidade alimenta o preconceito”, afirmou Leão ao g1.
De acordo com ele, a mulher comentou, em tom pejorativo, que “só moram gays e bichas” no prédio. Confrontada por um morador que pediu respeito, Adriana intensificou os ataques. O momento foi gravado por uma das vítimas, e nas imagens ela faz comentários ofensivos com deboche, como “boiola depilada” e “olha a gaiola das loucas”.
O g1 procurou a Secretaria da Segurança Pública para saber se haverá nova prisão, mas não obteve resposta até o momento.
Primeira prisão no shopping
A primeira ocorrência envolvendo Adriana aconteceu dois dias antes, em uma cafeteria do Shopping Iguatemi, na Zona Oeste. Ela chamou um cliente de “bicha nojenta” e chegou a ofender também os policiais civis que realizaram a prisão. Conforme o boletim de ocorrência, ela se recusou a colaborar com os procedimentos legais e não quis assinar documentos da prisão em flagrante.
Apesar do comportamento, a Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória, impondo restrições como a proibição de retornar ao shopping.
Versões divergentes
Adriana afirmou que estava emocionalmente abalada no momento do primeiro episódio e que foi vítima de deboche por parte de outros clientes. “Eu estava no telefone, falando sobre uma cirurgia que farei, e comecei a chorar. Eles riram de mim. Me arrependi dos xingamentos, mas me senti atacada”, disse à TV Globo.
Por outro lado, Gabriel Galluzzi Saraiva, alvo da ofensa, relatou que apenas pediu que ela falasse mais baixo após observar que ela gritava com a atendente. Segundo ele, as agressões começaram logo em seguida.