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Após morte de criança, escola de Jundiaí será notificada por omitir caso de meningite

Falta de comunicação atrasou aplicação de medicamentos preventivos em alunos expostos à bactéria

A escola particular Sesi de Jundiaí, no bairro Tarumã, será notificada pela Prefeitura de Jundiaí após a morte de um menino de seis anos com suspeita de meningite. A instituição é acusada de não comunicar às autoridades de saúde o primeiro caso confirmado da doença, o que teria atrasado a aplicação da quimioprofilaxia — medicamento que previne o contágio — em outras crianças da escola.

Segundo a prefeitura, o primeiro caso foi o de uma menina também de seis anos, moradora de Várzea Paulista, diagnosticada com meningite bacteriana em 26 de maio. Ela estuda na mesma escola do menino que faleceu no último domingo (1º). O pai da aluna teria informado o diagnóstico à direção escolar em 27 de maio, mas a escola não notificou oficialmente a Vigilância em Saúde de Jundiaí.

Falhas na comunicação entre municípios e escola

A Vigilância de Jundiaí foi informada apenas pelo hospital, que notificou Várzea Paulista, cidade onde mora a menina. No entanto, o município vizinho não informou que a criança frequentava uma escola de Jundiaí, o que comprometeu a adoção rápida de medidas preventivas na unidade escolar.

“A escola sabia do caso e não comunicou. Isso comprometeu o tempo de resposta necessário para proteger outras crianças. Vamos responsabilizá-la administrativa e sanitariamente”, disse Flávia Cereser, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Jundiaí.

Escola nega falha, mas será investigada

Em nota, o Sesi Jundiaí afirmou que não foi notificado por canais oficiais da secretaria escolar até 2 de junho. Ainda segundo a unidade, o atestado médico da aluna foi entregue em mãos, mas isso não substitui a notificação compulsória exigida pelo Ministério da Saúde, que deve ser feita em até 24 horas por profissionais da saúde.

Mesmo assim, após a confirmação da morte do menino, a direção da escola procurou a Vigilância Epidemiológica do município.

Medidas preventivas foram iniciadas com atraso

O bloqueio epidemiológico, ou quimioprofilaxia, foi iniciado no dia 3 de junho, quase uma semana após o primeiro diagnóstico. O medicamento tem duas funções principais: evitar que os contactantes adoeçam e eliminar a bactéria das vias aéreas, prevenindo a transmissão da meningite.



Entenda o caso

  • 23/05 – Menina vai à escola pela última vez.

  • 26/05 – Recebe diagnóstico de meningite bacteriana no Hospital Pitangueiras.

  • 27/05 – Pai informa a escola; hospital notifica Várzea Paulista.

  • 02/06 – Vigilância de Jundiaí é informada sobre a morte do menino.

  • 03/06 – Início da quimioprofilaxia em alunos e funcionários da escola.

A prefeitura segue investigando o caso e apura responsabilidades administrativas e sanitárias tanto da escola quanto das autoridades de saúde de Várzea Paulista