Fhillip da Silva Gregório, conhecido no submundo como "Professor", figura influente na cúpula do Comando Vermelho (CV), morreu na noite deste domingo (1º) após ser baleado na cabeça. Foragido desde 2018, ele vivia escondido no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde se mantinha recluso havia pelo menos três anos.
De acordo com a Polícia Civil, a hipótese inicial aponta para suicídio, já que foi encontrado com um único disparo na têmpora. No entanto, as circunstâncias da morte permanecem nebulosas e serão investigadas pela Delegacia de Homicídios (DH), o que abre margem para teorias que vão de execução interna a queima de arquivo.
O traficante chegou a ser socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, mas não resistiu aos ferimentos. O alerta à polícia sobre sua entrada na unidade foi o estopim que trouxe o caso à tona.
Professor era considerado um dos principais fornecedores de armamento pesado da facção e exercia forte influência na expansão do CV pela Zona Oeste. Ele também controlava a favela da Fazendinha, dentro do Complexo do Alemão, onde teria se submetido a procedimentos estéticos como implantes capilares, lipoaspiração e tratamento dentário para evitar ser reconhecido.
Em abril, reportagens revelaram que ele estava sendo monitorado pela Polícia Federal por manter supostos vínculos com oficiais da Polícia Militar. Em mensagens interceptadas com autorização judicial, o traficante discutia propinas, mudanças no comando da UPP de Manguinhos e estratégias de convivência entre o crime organizado e a PM.
A morte de Professor marca o fim de um dos nomes mais temidos do tráfico carioca, mas deixa perguntas sem resposta — e uma rede de corrupção ainda sob investigação.