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Enquanto muitos garotos de sua idade estão presos ao videogame, Andrey Toledo, de Jundiaí, está voando alto — literalmente. Aos 10 anos, ele acaba de conquistar seu quarto título nacional consecutivo no Campeonato Brasileiro de BMX, vencendo a categoria Boys 11, mesmo competindo em desvantagem climática e com treinos prejudicados por fortes chuvas em Salvador (BA).
O feito, por si só, já seria admirável. Mas o que realmente impressiona é a trajetória de Andrey fora das pistas: uma rotina puxada de treinos, disciplina familiar e obstáculos financeiros que fariam muitos desistirem. “Para manter o nível e defender o título, precisamos treinar ainda mais, com muito foco e compromisso. Como pais, temos um papel enorme nisso”, conta Aroldo Toledo, pai do atleta e um dos grandes incentivadores de sua jornada.
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A família enfrenta uma realidade comum entre jovens talentos no Brasil: a falta de recursos para bancar competições em outros estados ou países. “Contamos com alguns apoiadores, mas não é suficiente. Às vezes, a saída é vender rifas para custear as viagens”, revela Aroldo. Mesmo assim, o garoto segue pedalando contra a maré e sonha grande. “Como ele mesmo diz: ‘ainda vamos me ver nas Olimpíadas’”, diz o pai, com orgulho.
Mas o sonho olímpico pode ficar mais distante do que deveria. O próximo grande desafio seria o Campeonato Mundial de BMX, na Dinamarca — uma oportunidade que, por enquanto, parece fora de alcance. “Não temos como bancar. Precisaríamos de patrocínio para que ele vivesse essa experiência única. Só nós, como pais, não conseguimos dar conta.”
Em um país onde o talento muitas vezes depende de sorte ou visibilidade para ser reconhecido, Andrey é um exemplo de esforço, foco e superação precoce. Enquanto ele faz sua parte nos treinos e nas pistas, o que falta é o que tantos outros jovens atletas também enfrentam: apoio de verdade para transformar promessas em conquistas mundiais.
