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Isenção do IR até R$ 5 mil: alívio no bolso ou temporário engodo?

 

Você já ouviu falar que a Câmara aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês? Pois é, essa proposta pode mudar bastante a vida financeira de muita gente — mas como tudo em política, tem “letra miúda” e impactos que merecem atenção. Vamos juntos destrinchar o que está em jogo, para você ver se isso é um “presente” ou um “préstamo”?



📰 O que foi aprovado? O que mudou?

     Em 1º de outubro de 2025, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei PL 1087/25, que concede isenção total do IR para quem recebe até R$ 5 mil mensais, e cria faixas de desconto gradual para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

     Para compensar a renúncia fiscal, o projeto prevê uma “alíquota mínima” de 10% para pessoas físicas com rendimentos superiores a R$ 600 mil por ano (ou R$ 50 mil/mês).

     O texto aprovado afirma que cerca de 15,5 milhões de pessoas seriam beneficiadas com a medida.

     A renúncia de receita estimada gira em torno de R$ 25 bilhões (ou 10% do total arrecadado com IR) para o primeiro ano.

     Hoje, antes da mudança, a parcela isenta “oficial” de IR incide até rendimentos de R$ 2.428,80 mensais (com a aplicação do desconto simplificado, a isenção efetiva costuma atingir cerca de R$ 3.036).

Então sim: é uma mudança relevante.

E para você, que ganha até R$ 5 mil?

Para quem está nessa faixa, a isenção representa o fim do imposto mensal que já pesa no contracheque ou nas retenções. É um alívio direto no “ganha-ganha” da vida: mais dinheiro no bolso para consumir, investir ou simplesmente respirar melhor.

Por exemplo: quem hoje paga R$ 2 mil de renda tributável e tinha carga de IR, com essa medida deixaria de pagar. O impacto varia conforme deduções, dependentes, rendas adicionais etc., mas o “alívio bruto” já existe.

Mas atenção: isso só valerá se toda a cadeia da lei for aprovada no Senado, sancionada, regulamentada e efetivada. Ainda não caiu no bolso de ninguém.

Os “poréns” que ninguém pode ignorar

1.    Compensações e contrapartidas
 A isenção não virá do “nada”: será compensada com impostos mínimos para super-ricos (10%) e outras medidas ainda não totalmente claras.

2.    Regras transitórias e tabelas reajustadas
 A proposta prevê ajustes nas faixas de rendimento (R$ 7.350) e inclusão de novos tipos de deduções (agronegócio, imobiliário, lucros e dividendos) até 2025.

3.    Efeito inflacionário ou “bolha de consumo”
 Um movimento grande de injeção de renda pode esquentar o consumo, demandar mais crédito — se a oferta de bens e serviços não acompanhar, há risco de inflação. (Esse tipo de crítica já aparece entre analistas).

4.    Segurança de continuidade
 Mudanças fiscais costumam sofrer revisões, emendas ou “malabarismos” fiscais ao longo dos anos. Essa isenção pode ser revista, ajustada ou reduzida dependendo do cenário econômico e político.

5.    Quem está “do outro lado”?
 Parte da compensação do custo da isenção recai sobre quem ganha muito – mas isso abre debates sobre fuga de capitais, desestímulo a investimento, ou mesmo distorções se não for bem desenhado.

Como usar essa “janela” a seu favor — mesmo antes da aprovação final

     Revise seu planejamento tributário
 Se você for elegível (salário ou rendimento até R$ 5 mil), já possa antecipar ajustes para declarar de forma mais favorável.

     Priorize quitar dívidas caras
 Se você já “ganhou” esse alívio, use ele para derrubar juros altos (cartão, cheque especial etc.).

     Invista o “resto” para criar reserva de liberdade
 Mesmo que a lei mude, ter uma boa reserva te dá autonomia e resiliência.

     Fique atento às regras de transição
 Examine relatórios oficiais, acompanhamentos no Senado, alterações propostas — estarei fazendo isso também ao vivo aqui na coluna.

Por que acompanhar essa coluna?

Porque aqui não vai ter “achismo”. Vou trazer dados confiáveis, legislação, simulações reais e decidirei (com você) o que vale a pena fazer neste novo cenário.

Se você:

     quer entender como essas mudanças podem afetar sua vida financeira;

     deseja planejar seus próximos passos com confiança;

     quer alguém de confiança para te orientar de forma personalizada —

Então essa coluna é para você.

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