O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comentou nesta segunda-feira (6) sobre os casos de intoxicação por metanol no estado, afirmando, em tom de brincadeira, que só se preocuparia “no dia em que começarem a falsificar Coca-Cola”. A declaração foi dada após reunião com representantes da indústria de bebidas no Palácio dos Bandeirantes, que demonstraram disposição em colaborar com as investigações.
O estado concentra a maior parte dos casos de intoxicação por metanol no país, com 15 confirmados e 164 sob análise, totalizando mais de 82% das ocorrências nacionais, segundo o Ministério da Saúde. Três mortes já foram registradas em São Paulo, incluindo uma mulher de 30 anos em São Bernardo.
A Polícia Civil investiga duas hipóteses principais: o metanol teria sido usado para higienizar garrafas reaproveitadas que não foram recicladas ou teria sido adicionado para aumentar o volume de bebidas falsificadas, possivelmente contaminadas sem intenção. A presença da substância foi confirmada em produtos de duas distribuidoras no estado.
Na última semana, mais de 7 mil garrafas suspeitas foram recolhidas. O governador anunciou que pedirá à Justiça a destruição de garrafas, rótulos, lacres, tampas e selos apreendidos. Ele e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, descartaram envolvimento de facções criminosas, considerando o negócio pouco lucrativo em comparação ao tráfico de drogas.
Os casos envolveram principalmente bebidas destiladas, como vodca e gin, enquanto cervejas e vinhos apresentam menor risco. Autoridades alertam que não é possível identificar metanol visualmente, pelo cheiro ou sabor, e recomendam atenção a embalagens suspeitas, lacres danificados, preços muito baixos e a exigência de nota fiscal.
Em caso de sintomas, a orientação é procurar atendimento médico imediato e informar a origem da bebida para auxiliar as investigações.