Ribeirão Preto e São Paulo, SP – Nas eleições municipais de domingo (6), o PSD, liderado por Gilberto Kassab, emergiu como a principal força política em São Paulo, reafirmando seu papel central no estado após a nomeação de Kassab como secretário de Governo na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Este resultado evidenciou um crescimento notável das siglas de centro, em contraposição ao declínio do PSDB, que tradicionalmente dominava a política paulista, e ao PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Transformação do Cenário Político
Os partidos centristas ampliaram sua presença, agora controlando 340 prefeituras, um aumento expressivo em relação às 191 que gerenciavam em 2020. Em contrapartida, os partidos de direita passaram de 411 para 243 prefeituras, enquanto a representação da esquerda diminuiu de 43 para apenas 15. Vale destacar que esses números não incluem as 18 cidades que terão segundo turno, nem aquelas cujos resultados estão sendo contestados judicialmente.
Após conquistar 67 prefeituras nas eleições de 2020, o PSD saltou para 195 nesta eleição, sinalizando uma mudança substancial no tabuleiro político. O histórico embate entre PSDB e PT, que teve seu auge nas eleições presidenciais de 1994 a 2014, parece agora menos relevante nas disputas municipais.
O PSD se beneficiou do grande número de candidatos, totalizando 408, enquanto o PL, partido de Jair Bolsonaro, apresentou 291.
Desafios do PSDB e do PT
O PSDB, que havia conquistado 180 prefeituras em 2020, viu sua representação despencar para apenas 21 neste pleito, com apenas 68 candidaturas. Atualmente, menos de 30 prefeitos continuam no cargo, o que indica um futuro incerto para a legenda. Essa perda é resultado da derrota de Rodrigo Garcia em 2022, que desestabilizou o partido e provocou a migração de prefeitos para outras siglas, principalmente para o PSD.
O PL e os Republicanos também tiveram um desempenho significativo, com o PL ampliando sua representação de 42 para 100 prefeituras, enquanto os Republicanos passaram de 23 para 79.
Na Grande São Paulo, o PL conquistou 8 prefeituras e está em disputa pelo segundo turno em Guarulhos, o que demonstra a continuidade da influência de Bolsonaro em uma das regiões mais importantes do país. O PSD ganhou em cinco municípios, e os Republicanos conquistaram três.
Situação do PT
O PT, que obteve apenas quatro prefeituras em 2020, conquistou três neste ano e deve enfrentar dificuldades no segundo turno. O partido não conseguiu manter a prefeitura de Araraquara, onde o atual prefeito Edinho Silva tentou eleger sua sucessora. Além disso, ficou de fora do segundo turno em cidades estratégicas como Ribeirão Preto, São José dos Campos e Santos.
Na Grande São Paulo, o PT, que historicamente teve uma forte presença, enfrenta o risco de uma redução ainda maior em sua representatividade, governando atualmente apenas Mauá e Diadema, e sem candidaturas eleitas no primeiro turno.
Entre os partidos que se destacaram, o MDB e o PP também tiveram um bom desempenho, com 63 e 47 prefeitos eleitos, respectivamente, e o União Brasil com 33.
Este panorama reflete uma mudança significativa nas forças políticas de São Paulo, com o PSD se consolidando como o principal partido, enquanto os tradicionais partidos de esquerda enfrentam um cenário desafiador em busca de recuperação.