O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, se pronunciou nesta quinta-feira (11/9) criticando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e prometendo uma resposta à chamada “caça às bruxas” contra ele. Rubio direcionou parte das críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, alegando perseguição política: “As perseguições políticas por parte do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam, uma vez que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro”.
Em nota oficial, o Itamaraty rebateu as declarações, reafirmando a independência do Poder Judiciário brasileiro e a legitimidade do julgamento: “O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo.”
A nota enfatiza ainda que ameaças externas não intimidarão a democracia do país: “Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, declarou o ministério liderado pelo embaixador Mauro Vieira.
O ex-presidente norte-americano Donald Trump, aliado político de Bolsonaro, também comentou o caso, afirmando estar “surpreso” e “descontente” com a condenação e comparando-a aos processos que enfrentou nos Estados Unidos. Segundo Trump, Bolsonaro “foi um bom presidente do Brasil” e o julgamento lembraria situações similares enfrentadas por ele.
O episódio intensifica o diálogo tenso entre Brasil e EUA sobre a independência das instituições brasileiras e a reação internacional à condenação do ex-presidente e de outros sete aliados no STF.
