Fux vota pela anulação do julgamento de Bolsonaro no STF; veja os próximos passos

 

O ministro Luiz Fux, da Primeira Turma do STF, foi o terceiro a votar no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. Fux defendeu a incompetência absoluta do Supremo para julgar o caso e pediu a anulação de todo o processo penal.

“Meu voto é no sentido de reafirmar a jurisprudência desta Corte. Concluo, assim, pela incompetência absoluta do STF para o julgamento deste processo, na medida em que os denunciados já haviam perdido os seus cargos”, afirmou o magistrado.

Para que o processo fosse anulado, seria necessário que Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, ainda sem votar, acompanhassem a divergência de Fux. No entanto, essa possibilidade é considerada improvável, dado o histórico de decisões anteriores desses ministros.

O relator do caso, Alexandre Moraes, votou pela condenação de Bolsonaro e outros sete réus, apontando o ex-presidente como líder do grupo que planejava o golpe. Entre os condenados estão:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e Casa Civil.

A votação de Moraes durou cerca de cinco horas, com quase 70 slides e 13 pontos que narram a atuação do grupo. O ministro Flávio Dino acompanhou o relatório, estabelecendo o placar 2 a 0. Uma eventual condenação depende da maioria de três votos.

Os réus respondem a cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ramagem responde a apenas três, devido à suspensão parcial aprovada pela Câmara.

O julgamento seguirá nos próximos dias:

  • 10/09 (quarta-feira): 9h às 12h

  • 11/09 (quinta-feira): 9h às 12h e 14h às 19h

  • 12/09 (sexta-feira): 9h às 12h e 14h às 19h

O voto de Fux abre uma divergência no caso, mas o resultado final ainda depende das próximas sessões, que definirão se Bolsonaro e os demais réus serão condenados ou se o processo será anulado.