A prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e do empresário Maurício Camisotti, na manhã desta sexta-feira (12/9), pegou de surpresa os membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Ambos tinham depoimentos agendados para a próxima semana e podem ser convocados ainda sob custódia.
Parlamentares relataram ter tomado conhecimento da operação da Polícia Federal pela imprensa. Na quinta-feira (11/9), a CPMI realizou sessão com o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, e deputados questionaram a ausência de prisões até o momento.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos), anunciou que solicitará ao ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, a liberação de Careca do INSS e Camisotti para que possam prestar depoimento nas datas previstas: segunda-feira (15/9) e quinta-feira (18/9), respectivamente.
“O próximo passo é pedirmos ao ministro André Mendonça que libere o senhor Antônio Carlos Antunes, o Careca do INSS, na próxima segunda-feira, e o senhor Camisotti na próxima quinta-feira. Eles já estavam convocados e intimados, e espero que o ministro permita a condução deles para prestar esclarecimentos sobre como conseguiram fraudar a Previdência”, declarou Viana.
O lobista é apontado como principal operador do esquema de descontos indevidos, com uma frota de carros de luxo, mais de dez empresas em seu nome e atuação discreta junto a associações ligadas ao INSS. Na quinta-feira, a CPMI aprovou a quebra dos sigilos bancário, telemático e fiscal de ambos os investigados e solicitou ao Coaf a elaboração de um Relatório de Inteligência Financeira para aprofundar a investigação.