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Entenda a MP derrubada pelo Congresso e como ficam os impostos sobre bets e aplicações

 

Na noite de 7 de outubro, o Congresso Nacional não votou a Medida Provisória (MP) do governo, que previa aumento de impostos em diversos setores. Com isso, a proposta caducou e deixou de valer, impactando medidas que afetariam bets, fintechs, investimentos e educação.

Veja os principais pontos da MP e como fica cada um agora:

  1. Aumento da alíquota sobre bets

    • Como fica: 12% sobre a receita líquida (GGR) continua valendo.

    • Na MP: alíquota subiria para 18%.

    • Entrada em vigor: prevista para novembro, não chegou a valer.

  2. Juros sobre capital próprio (JCP)

    • Como fica: tributação permanece em 15%.

    • Na MP: subiria para 20%.

    • Entrada em vigor: seria a partir de 2026.

  3. Títulos incentivados (LCI, LCA)

    • Como fica: continuam isentos.

    • Na MP: tributação de 5%.

    • Entrada em vigor: prevista para 2026, não chegou a valer.

  4. Imposto de Renda sobre aplicações financeiras

    • Como fica: alíquotas atuais de 15% a 22,5% permanecem.

    • Na MP: unificação em 17,5%.

    • Entrada em vigor: somente a partir de 2026.

  5. Tributação de criptoativos

    • Como fica: sem mudanças, continua não taxado.

    • Na MP: alíquota de 17,5% sobre rendimentos.

    • Entrada em vigor: prevista para 2026.

  6. Taxação de fintechs

    • Como fica: CSLL de 9% permanece.

    • Na MP: subiria para 15%-20%, igual a bancos.

    • Entrada em vigor: algumas alterações começaram a valer em setembro.

  7. Limitação de compensações tributárias

    • Como fica: nenhuma limitação vigente.

    • Na MP: coibia compensações de créditos tributários.

    • Entrada em vigor: vigorou enquanto a MP estava ativa; previsão de arrecadar R$ 10 bilhões.

  8. Pé-de-meia no piso de educação

    • Como fica: fora do cálculo do piso, aumentando recursos para outras áreas da educação.

    • Na MP: incluía o incentivo para manter alunos no ensino médio.

    • Entrada em vigor: vigorou apenas durante validade da MP.

Impacto nas contas públicas

  • O não aumento de impostos e a manutenção das compensações significam perda de arrecadação.

  • Estimativas apontam efeito de mais de R$ 50 bilhões até o fim do governo, sendo R$ 20 bilhões em 2025 e até R$ 40 bilhões em 2026.

  • O Ministério da Fazenda ainda avaliará novas medidas para equilibrar contas, que podem incluir aumento de tributos, redução de benefícios fiscais ou cortes de gastos.

Repercussão

  • Setor produtivo: CNI considerou acertada a derrubada, evitando aumento de preços.

  • Criptoeconomia: ABcripto comemorou, destacando maturidade na discussão de políticas públicas.

  • Agro: Frente Parlamentar da Agropecuária afirmou que não havia justificativa para aumento de impostos e elogiou a rejeição da proposta.

Em resumo, a derrubada da MP mantém a tributação atual sobre bets, fintechs e investimentos, sem alterações no piso da educação, e força o governo a buscar novas alternativas para o equilíbrio fiscal.