Israel libertou, nesta segunda-feira (13), 1.968 prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo firmado com o grupo Hamas na Faixa de Gaza. A medida encerra uma das etapas mais delicadas das negociações mediadas pelos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia.
Durante a manhã, dezenas de ônibus transportaram os detentos até cidades da Faixa de Gaza e de Beitunia, na Cisjordânia. Muitos prisioneiros chegaram debilitados e com a cabeça raspada, segundo a agência Reuters.
Em contrapartida, o Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos que mantinha sob seu poder desde os ataques de 2023. Israel afirma, no entanto, que ainda há 28 reféns mortos, cujos corpos devem ser devolvidos nos próximos dias.
“Espero que essas imagens marquem o fim desta guerra. Perdemos amigos, casas e nossa cidade”, disse o morador de Gaza Emad Abu Joudat, à Reuters.
Entre os libertados por Israel, cerca de 250 cumpriam prisão perpétua por crimes ligados a ataques contra o Estado israelense. Segundo o diretor da organização StandWithUs Brasil, André Lajst, muitos dos presos têm relação direta com atentados terroristas, o que torna o acordo sensível para a sociedade israelense.
“Não é um acordo de paz, mas de cessar-fogo. O Hamas já afirmou que não pretende se desarmar”, ressaltou Lajst.
O plano de paz, apresentado no fim de setembro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, prevê a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza e a redução da ocupação do território de 75% para 53%.
Apesar do avanço, ainda há incertezas sobre a transição de governo na Faixa de Gaza e o futuro das armas do Hamas, que rejeita qualquer tutela estrangeira. A cerimônia oficial de assinatura do acordo acontece nesta segunda-feira, no Egito, com a presença de Trump e outras 20 lideranças internacionais.
