Uma megaoperação integrada das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV) deixou sete suspeitos mortos e oito pessoas presas nesta sexta-feira (10). A ação, que ocorre em 15 comunidades e bairros da Região Metropolitana, faz parte da Operação Contenção, criada para frear o avanço da facção e restabelecer a segurança após uma série de confrontos violentos.
Seis mortes ocorreram de madrugada, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, Zona Norte, durante uma ação do 41º BPM (Irajá). Segundo a Polícia Militar, os agentes foram recebidos a tiros e reagiram. Outro suspeito foi morto em confronto no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, onde também foram presas cinco pessoas. Outras prisões ocorreram nas comunidades da Gardênia Azul (1) e Tijuquinha (2).
O chefe da Polícia Civil, Felipe Curi, destacou que a operação começou na quinta-feira (9), com a morte de Ygor Freitas de Andrade, o “Matuê”, apontado como um dos principais líderes do CV na Zona Oeste. Ele era investigado por envolvimento em invasões e ataques armados, além de ser suspeito de ter participado da morte de um policial civil em maio.
Durante coletiva, Curi revelou que urnas foram encontradas na Muzema, usadas pela facção para recolher dinheiro de extorsões sem expor os criminosos. Já o subsecretário de Planejamento Operacional, Carlos Oliveira, informou que foram realizados bloqueios de cerca de R$ 6 bilhões em contas ligadas ao Comando Vermelho — medida considerada um duro golpe financeiro contra a organização.
A operação também impactou serviços públicos. A Prefeitura de Duque de Caxias suspendeu aulas em três unidades escolares e uma clínica da família em Rio das Pedras manteve o atendimento, mas cancelou visitas domiciliares por segurança.
Desde o início da Operação Contenção, em abril, 98 criminosos foram presos e 10 mortos em confrontos, segundo balanço da Polícia Civil. O objetivo é desmantelar a estrutura logística e financeira da facção e recuperar o controle de áreas dominadas pelo tráfico.
