Ministro afirma que ficou “fartamente comprovada” a existência de organização criminosa que tentou manter Bolsonaro no poder após derrota em 2022
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (21) pela condenação dos sete réus que compõem o Núcleo 4 da trama golpista, grupo responsável por disseminar ataques ao processo eleitoral e às instituições democráticas após as eleições de 2022.
Relator da Ação Penal 2694, Moraes levou mais de duas horas e meia para apresentar seu voto, no qual afirmou repetidas vezes que ficou “fartamente comprovada” a existência de uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas e o objetivo de romper com o Estado Democrático de Direito.
Durante a leitura, o ministro individualizou as condutas de cada réu, citando mensagens, áudios e registros obtidos em investigações, além de publicações nas redes sociais que demonstram a coordenação de ataques contra o sistema eleitoral e autoridades públicas.
As provas apresentadas também incluem o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada e detalhou o papel de cada participante na tentativa de golpe.
Entre os materiais analisados estão minutas de decretos golpistas e conversas sobre planos como a operação Copa 2022 e o plano Punhal Verde-Amarelo, que, segundo Moraes, evidenciam a atuação articulada entre diferentes núcleos da organização.
“Não há nenhuma dúvida. As provas são fartas”, declarou o ministro durante a sessão.
Moraes também relacionou o trabalho do grupo aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados por manifestantes.
Para o ministro, as ações dos réus tiveram como finalidade deslegitimar a Justiça Eleitoral e o resultado das urnas, além de “gerar o caos social e tomar a República de assalto”.
O julgamento segue em andamento no STF, com os demais ministros apresentando seus votos nos próximos dias.

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