Três postos de combustíveis que operam com a marca “Posto Corinthians” estão registrados na Agência Nacional do Petróleo (ANP) em nome de empresários investigados pela Operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva já realizada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). O clube não é citado na investigação.
Os estabelecimentos estão localizados na Zona Leste de São Paulo e aparecem com as seguintes razões sociais:
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Auto Posto Mega Líder Ltda – Avenida Líder, 2000 (Cidade Líder);
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Auto Posto Mega Líder 2 Sociedade Unipessoal Ltda – Avenida São Miguel, 6337 (Vila Norma);
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Auto Posto Rivelino Ltda – Avenida Padre Estanislau de Campos, 151 (Padre Manoel da Nóbrega).
De acordo com levantamento do g1, os três postos estão ligados a Pedro Furtado Gouveia Neto, Himad Abdallah Mourad e Luiz Ernesto Franco Monegatto, todos alvos da operação deflagrada em agosto, que investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e fraudes tributárias. A ação, conduzida pelo Ministério Público e pela Justiça de São Paulo, aponta que o grupo teria movimentado mais de R$ 8,4 bilhões.
O Corinthians afirmou, em nota, que não administra os postos e que eles são operados por uma empresa licenciada para o uso da marca. O clube declarou ainda que acompanha as investigações e poderá tomar medidas jurídicas caso seja necessário.
“O Sport Club Corinthians Paulista informa que não é o administrador responsável pelos postos de gasolina citados. Trata-se de um contrato de licenciamento da marca. O clube acompanha o andamento das investigações para — se necessário — tomar medidas jurídicas cabíveis”, diz o comunicado oficial.
O contrato de licenciamento foi assinado em abril de 2021, durante a gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves, que afirmou desconhecer qualquer irregularidade.
“O contrato já existia antes da minha posse. Todos os aditivos foram analisados pelos órgãos competentes do clube e assinados com empresas autorizadas por agência fiscalizadora federal. Incluímos ainda uma cláusula que garante ressarcimento ao Corinthians por qualquer dano à imagem da instituição”, declarou Duilio.
A Operação Carbono Oculto identificou que pelo menos 251 postos de combustíveis em quatro estados estão vinculados a pessoas investigadas por ligação com o PCC. Segundo a ANP, divergências entre registros de CNPJ e autorizações de funcionamento configuram irregularidades, e as empresas serão notificadas para atualização dos dados — podendo perder a autorização se não regularizarem a situação.
