Um adolescente de 14 anos, morador de Campo Grande (MS), foi identificado como um dos chefes de uma organização criminosa especializada em crimes de ódio contra menores na internet, segundo a Polícia Civil. Ele era um dos principais administradores de grupos no Telegram e Discord, usados para promover desafios violentos e competições envolvendo crimes cibernéticos.
Operação Adolescência Segura foi deflagrada em sete estados
A Operação Adolescência Segura, realizada nesta terça-feira (15), cumpriu mandados em sete estados brasileiros: Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O objetivo é desarticular uma das maiores redes criminosas voltadas à prática de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes.
Até o momento, dois adultos foram presos e seis menores apreendidos. Em Campo Grande, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos, incluindo a casa do adolescente de 14 anos, onde foram encontrados computadores, celulares e documentos relacionados aos crimes.
Adolescente chefiava grupo virtual a partir de casa
De acordo com o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), o adolescente exercia um cargo de liderança e coordenava as ações dos demais membros da rede a partir de sua residência, no bairro Jardim Carioca.
A delegada Ana Cláudia Medina afirmou que, apesar de ter confessado o envolvimento e o alto cargo no grupo, o adolescente não foi apreendido por falta de flagrante.
“Ele era o principal articulador dos atos infracionais. Os outros quatro alvos em Campo Grande respondiam hierarquicamente a ele”, afirmou a delegada.
Crimes envolviam apologia ao nazismo, pornografia infantil e tentativas de homicídio
A rede é investigada por crimes graves praticados no ambiente virtual, incluindo:
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Tentativa de homicídio
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Indução ao suicídio
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Incentivo à automutilação
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Armazenamento e divulgação de pornografia infantil
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Maus-tratos a animais
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Apologia ao nazismo
As investigações começaram em 18 de fevereiro de 2025, após um morador em situação de rua ser atacado com coquetéis molotov. O crime foi filmado e transmitido ao vivo por um dos membros do grupo, Miguel Felipe, que foi preso. O adolescente envolvido na ação foi apreendido e internado.