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Amazônia registra menor taxa de desmatamento em nove anos, mas dados ainda preocupam

 O desmatamento na Amazônia teve uma redução significativa de 30,6% na temporada 2023/2024, alcançando o menor índice desde 2015. Foram 6.288 km² de floresta derrubada, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Meio Ambiente.



As informações foram obtidas a partir do Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora o desmatamento por imagens de satélite. A queda representa um avanço na proteção da floresta, mas especialistas alertam que o cenário ainda exige atenção.

O Cerrado continua sendo o bioma mais afetado pela devastação: 8.174 km² foram destruídos, mesmo com uma queda de 25,7% em relação ao período anterior. No Pantanal, a redução proporcional foi a mais expressiva — 74% entre agosto de 2024 e maio de 2025.

Apesar dos números positivos, o sistema Deter, que emite alertas diários, apontou um aumento de 92% nas áreas sob risco de desmatamento em maio deste ano, comparado ao mesmo mês de 2024. Isso pode indicar uma possível reversão da tendência de queda.

No período, o governo federal intensificou as ações de fiscalização. Na Amazônia, foram aplicadas multas que somam R$ 3,1 bilhões, além da emissão de mais de 5 mil autos de infração e embargo de 560 mil hectares. Operações como "Carne Fria 2" e "Caixa Forte" também tiveram destaque, mirando atividades ilegais ligadas à pecuária e ao sistema financeiro.

A taxa consolidada de desmatamento será divulgada em novembro, mas os dados já colocam em debate o avanço das políticas ambientais e os desafios para cumprir a meta de desmatamento zero.