O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que considera renunciar ao mandato na Câmara e que continuará nos Estados Unidos por tempo indeterminado. Segundo o parlamentar, ele não pretende retornar ao Brasil enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mantiver poderes que, em sua visão, possibilitariam sua prisão.
Em entrevistas concedidas aos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, Eduardo declarou: “Se for o caso de perder o mandato, vou perder e continuar aqui. O que estou fazendo nos Estados Unidos é mais relevante do que o que eu faria no Brasil”.
Ausente desde março
Eduardo Bolsonaro está afastado oficialmente do cargo desde 20 de março, quando solicitou uma licença de 122 dias. O período se encerra no fim de julho, mas ele já adiantou que dificilmente retornará antes disso.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de renunciar, ele afirmou que pode simplesmente deixar o prazo da licença expirar. “Muito provavelmente [vou deixar o cargo]. Tenho a opção de não renunciar, deixar o tempo passar e perder o mandato por falta”, disse à Folha.
Alvo de investigação no STF
O deputado é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por, supostamente, ter atuado nos Estados Unidos para influenciar o governo americano a adotar sanções contra autoridades brasileiras — entre elas, ministros do próprio STF.
A tensão aumentou após o ex-presidente Donald Trump anunciar tarifas elevadas sobre produtos brasileiros. Na justificativa, Trump chegou a mencionar o Brasil diretamente, alegando perseguição política contra Jair Bolsonaro.
Acusações de perseguição
Eduardo alega ser alvo de perseguição por parte do ministro Alexandre de Moraes. “Acho que ninguém duvida que eu seria preso se voltasse ao Brasil”, afirmou ao Estadão.
Caso não retorne ao país até o fim da licença, ele poderá perder o mandato automaticamente por excesso de faltas. Com isso, seu futuro político permanece incerto, e ele segue atuando fora do país enquanto as investigações prosseguem no Brasil.