A Conab revisou para baixo sua estimativa da safra brasileira de café 2025/26, de 55,7 milhões para 55,2 milhões de sacas, refletindo especialmente a queda na produção de arábica, que passou de 37 milhões para 35,2 milhões de sacas. A produção de robusta foi estimada em 20 milhões de sacas, acima das 18,7 milhões anteriores.
O ajuste acompanha movimentos do mercado: os contratos de café deste dezembro consolidaram ganhos recentes, impulsionados por estoques apertados e pela expectativa de redução na safra brasileira. Em agosto, o país exportou 142.848 toneladas métricas de café verde, abaixo das 207.071 toneladas registradas em igual período de 2024.
Outros produtos agrícolas também apresentaram movimentações importantes:
-
Açúcar: caiu nas últimas sessões devido a safras robustas da Índia e Tailândia e menor déficit global previsto pela Organização Internacional do Açúcar. Em agosto, o Brasil exportou 3,74 milhões de toneladas, contra 3,92 milhões em 2024.
-
Cacau: preços se aproximam da mínima de quatro semanas, afetados por chuvas insuficientes na África Ocidental, apesar de contagem de vagens otimista na Costa do Marfim.
-
Algodão: mercado se mantém firme nos EUA, apesar de vendas externas lentas — 30% da previsão do USDA para 2025/26, contra média histórica de 47%. Chuvas recentes no Texas beneficiam o desenvolvimento das lavouras, enquanto 30% da produção enfrenta algum grau de seca no Delta do Norte.
A revisão da Conab reforça a atenção do setor agropecuário às condições climáticas, estoques globais e demanda internacional, fatores que influenciam preços e exportações nos próximos meses.