Brasil na era dos “recordes negativos”: derrota para o Japão reforça fase histórica da Seleção

 

A Seleção Brasileira vive um ciclo de feitos inéditos — mas nem todos para comemorar. Na terça-feira (14/10), o time comandado por Carlo Ancelotti perdeu por 3 a 2 para o Japão, em Tóquio, marcando a primeira derrota da história da Canarinho para os japoneses em 13 confrontos. O episódio simboliza a sequência de resultados negativos que vem definindo o período pós-Copa do Mundo de 2022.

O jogo começou bem para o Brasil: Paulo Henrique e Gabriel Martinelli marcaram dois gols no primeiro tempo. Mas a virada veio rapidamente: Minamino descontou, Fabrício Bruno marcou contra e Ueda virou para o Japão, consolidando um resultado histórico e inesperado.

O revés reforça o baixo aproveitamento da Seleção sob Ancelotti, que soma três vitórias, um empate e duas derrotas em seis partidas — um rendimento de 55,5%. Desde outubro de 2024, o Brasil não fecha uma Data Fifa com 100% de aproveitamento.

O ciclo pós-Copa acumula marcos negativos inéditos: pior campanha em Eliminatórias desde 1996 (28 pontos, 8 vitórias e 6 derrotas), primeira derrota em casa para a Argentina nas Eliminatórias, maior derrota para os hermanos em 61 anos (4 a 1), derrotas históricas para seleções africanas fora do continente, eliminação precoce na Copa América de 2024 e três derrotas consecutivas nas Eliminatórias.

Além disso, a rotatividade de técnicos — Ramon Menezes (interino), Fernando Diniz, Dorival Júnior e Ancelotti — reforça a instabilidade que marca este período.

Apesar da série de resultados negativos, alguns veem esperança: historicamente, gerações desacreditadas já conquistaram títulos, como em 1994 e 2002. Mas, sem talentos comparáveis àqueles times, a tendência é que este ciclo se consolide como a geração que mais quebrou recordes negativos da história do futebol brasileiro.

O Japão deixou sua marca, e o Brasil segue em uma trajetória que, infelizmente, parece se dedicar mais aos “feitos ao contrário” do que às vitórias.