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Em telefonema nesta segunda-feira (6), o presidente Donald Trump disse a Luiz Inácio Lula da Silva que os EUA estão "sentindo falta" do café brasileiro, ressaltando o efeito da tarifa de 50% sobre produtos do Brasil no bolso dos consumidores americanos. A tarifa, implementada pelo governo Trump, contribuiu para a maior alta mensal do café nos EUA em 14 anos, com aumento de 3,6% em agosto, e uma alta acumulada de 20,9% no último ano, segundo dados oficiais.
O impacto no comércio brasileiro também foi significativo: as exportações de café para os EUA caíram 47% em volume e 31,5% em valores, totalizando US$ 113,8 milhões em setembro. No mesmo período, as importações americanas do Brasil subiram 14,3%, elevando o déficit da balança comercial brasileira com os EUA para US$ 1,77 bilhão. O superávit global do Brasil caiu 41% em setembro, somando US$ 3 bilhões.
Durante a conversa, Lula pediu a retirada das tarifas adicionais e de restrições aplicadas a autoridades brasileiras, incluindo sanções financeiras e cassação de vistos. Trump elogiou o diálogo e disse ter tido "uma ótima conversa telefônica", destacando que o foco principal foi a economia e o comércio bilateral.
Ambos os presidentes concordaram em manter novas tratativas e planejam um encontro presencial em breve, podendo ocorrer na Cúpula da ASEAN na Malásia, na COP30 em Belém ou nos Estados Unidos. O vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e Celso Amorim participaram do diálogo pelo Brasil, enquanto Trump designou Marco Rubio, secretário de Estado americano, para dar sequência às negociações.
A conversa reforça a importância do Brasil como principal fornecedor de café para os EUA, responsável por cerca de um terço do consumo americano, que registra média de três xícaras por dia por adulto. A tarifa americana contribui para a inflação do produto e aumenta o impacto no bolso do consumidor nos EUA.
