O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido nesta terça-feira (7) a John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis, por experimentos que demonstraram efeitos quânticos em circuitos elétricos — um avanço que lançou as bases para a computação quântica moderna.
Os três cientistas, ligados a universidades dos Estados Unidos, dividirão 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões). A pesquisa premiada revelou que as leis da mecânica quântica, antes observadas apenas em partículas subatômicas, também se aplicam a sistemas maiores, como circuitos elétricos de supercondutores.
Os experimentos mostraram dois fenômenos centrais: o túnel quântico macroscópico, quando uma corrente “atravessa” uma barreira de energia, e a quantização de energia, em que o sistema só absorve ou emite energia em valores específicos. Essa combinação permitiu provar que bilhões de elétrons podem se comportar como uma única partícula gigante — um feito inédito na física.
Segundo o Comitê Nobel, a descoberta representa “a fronteira entre o invisível e o tangível”, unindo a física teórica a tecnologias aplicadas.
Com base nesses princípios, Martinis desenvolveu os primeiros protótipos de qubits — os blocos fundamentais dos computadores quânticos, capazes de realizar cálculos complexos em segundos.
Para o físico brasileiro José Rafael Bordin, da UFPel, o prêmio mostra que “a física quântica saiu do mundo invisível dos átomos e entrou nas tecnologias do dia a dia”. Ele destaca que o Brasil tem grupos de pesquisa promissores, mas precisa investir mais em infraestrutura e formação científica.
O Nobel de Física é o segundo prêmio anunciado nesta semana. Na segunda-feira (6), Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi receberam o Nobel de Medicina por descobertas sobre o sistema imunológico.
🔹 Próximos anúncios do Nobel 2025:
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Química: quarta-feira (8)
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Literatura: quinta-feira (9)
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Paz: sexta-feira (10)
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Economia: segunda-feira (13)
📚 Desde 1901, mais de 200 cientistas já foram laureados com o Nobel de Física, incluindo Albert Einstein e Marie Curie.
