O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping firmaram, nesta quinta-feira (30), um acordo que promete aliviar a tensão comercial entre as duas maiores economias do planeta. A medida reduz tarifas, retoma compras de soja americana e suspende restrições à exportação de minerais estratégicos, trazendo reflexos diretos para o Brasil e o comércio global.
Pelo acordo, os EUA vão diminuir as tarifas médias sobre produtos chineses para 47%, enquanto a China se comprometeu a retomar as importações de soja norte-americana, suspender restrições a terras raras — minerais essenciais para tecnologia e defesa — e reforçar o combate ao tráfico de fentanil.
Especialistas consideram o entendimento uma trégua temporária que deve estabilizar cadeias de suprimentos e reduzir a volatilidade dos mercados. “O acordo sinaliza um alívio, ainda que momentâneo, para o comércio global”, avalia Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez.
O Brasil, entretanto, pode sentir o impacto principalmente na agricultura. A retomada das compras chinesas de soja dos EUA tende a reduzir a demanda pelo grão brasileiro, pressionando preços e exportações. Ainda assim, analistas acreditam que o país deve manter sua relevância no mercado mundial, com espaço para diversificar relações comerciais e explorar seu potencial em minerais estratégicos.
O entendimento também reforça o papel das terras raras — área em que o Brasil possui a segunda maior reserva mundial, mas ainda carece de tecnologia para processamento em larga escala.
Com o cenário de menor tensão entre EUA e China, o comércio global tende a ganhar fôlego. Porém, se os produtos americanos voltarem a ser preferenciais para o mercado asiático, o Brasil poderá enfrentar nova rodada de concorrência internacional.

