Conviver com um gato vai além do afeto diário. A interação entre tutor e felino provoca alterações hormonais que influenciam o cérebro dos dois. Estudos mostram que, ao acariciar ou abraçar o animal de forma tranquila, ocorre um aumento da oxitocina, hormônio associado ao afeto, à confiança e à redução do estresse.
Em humanos, pesquisas anteriores já haviam demonstrado que a oxitocina eleva a disposição para confiar em outras pessoas, inclusive em experimentos de tomada de decisão.
Quando a oxitocina é liberada
Pesquisadores têm identificado momentos específicos em que esse hormônio é ativado durante o contato entre humanos e gatos. O toque afetuoso é o principal estímulo. Um estudo divulgado em fevereiro de 2025 analisou as alterações hormonais de tutores ao acariciar, embalar ou abraçar seus gatos em casa e observou elevação da oxitocina em ambos, desde que a interação ocorresse de forma espontânea, respeitando o comportamento do felino.
Os resultados também mostraram que gatos com apego seguro — aqueles que procuram o tutor, sobem no colo ou encostam a cabeça — tendem a apresentar aumentos hormonais mais expressivos. Quanto maior o tempo ao lado do tutor, mais forte costuma ser esse efeito.
Gatos demonstram menos afeto que os cães?
Estudos comparativos indicam que os gatos têm respostas hormonais mais discretas do que os cães. Em uma pesquisa de 2016, que avaliou tutores e animais antes e depois de dez minutos de brincadeira, os cães apresentaram aumento médio de cinquenta e sete por cento na oxitocina. Nos gatos, o crescimento foi em torno de doze por cento.
Mesmo assim, o impacto emocional da convivência com felinos é significativo. Cada espécie demonstra afeto de maneira própria, e compreender essas diferenças fortalece o vínculo entre tutor e animal.

