Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, foi um dos quatro policiais mortos durante a megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, que terminou com 121 mortos. O agente havia se formado há apenas 40 dias e morreu enquanto tentava socorrer colegas em meio a um cerco.
“Esse policial estava numa situação de cerco, mas a situação no momento se agravou muito. E ele foi, no seu espírito de vocação de policial, no sentido de ajudar os seus outros colegas que estavam numa situação crítica”, afirmou o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, em entrevista ao Fantástico.
Além de Cabral, também morreram o inspetor Marcos Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, e os sargentos da tropa de elite da Polícia Militar Cleiton Serafim Gonçalves, de 42, e Heber Carvalho da Fonseca, de 39. Outros 15 policiais ficaram feridos, sendo três em estado gravíssimo. Entre eles está o delegado adjunto da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Bernardo Leal, que teve parte da perna amputada.
A megaoperação, considerada uma das maiores já realizadas no estado, resultou na prisão de 113 pessoas, incluindo líderes da facção em diversos estados. Foram apreendidas 118 armas, sendo 93 fuzis, além de 14 artefatos explosivos e toneladas de drogas. Dez adolescentes também foram apreendidos.
Apesar da dimensão da ação, o principal alvo — conhecido como “Doca”, apontado como chefe do Comando Vermelho no Complexo da Penha — não foi localizado. Segundo as autoridades, a operação foi bem-sucedida ao neutralizar lideranças da facção em estados como Pará, Amazonas, Bahia e Espírito Santo.
O governador Cláudio Castro defendeu a operação:
“Foi uma ação necessária para combater a criminalidade e acabar com o terror que afeta a vida das pessoas todos os dias. 113 presos se renderam e estão presos. Quem quis enfrentar, encontrou de frente o BOPE e a Core, as forças mais preparadas do Brasil.”
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado, que vai integrar forças federais e estaduais no enfrentamento à violência.
“Nós vamos conjugar as forças federais com as forças estaduais para resolver rapidamente os problemas e buscar uma solução efetiva para essa crise”, afirmou Lewandowski.
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