Um homem de 60 anos foi hospitalizado nos Estados Unidos após desenvolver uma condição rara conhecida como bromismo, causada pelo consumo excessivo de brometos. O caso foi descrito por médicos no periódico Annals of Internal Medicine e acendeu um alerta sobre os riscos de seguir recomendações de saúde fornecidas por inteligências artificiais.
Segundo os especialistas, o paciente buscou alternativas ao cloreto de sódio após ler sobre supostos efeitos negativos do sal. Ao consultar o ChatGPT, recebeu a sugestão de substituí-lo por brometo e manteve essa prática por cerca de três meses.
Quando chegou ao hospital, apresentava delírios e crises de paranoia, acreditando que o vizinho tentava envenená-lo e que a água do filtro estava contaminada. Inicialmente, os médicos suspeitaram de um transtorno psiquiátrico e o encaminharam para avaliação nessa área.
Após reposição de vitaminas e minerais, o paciente relatou o histórico da substituição alimentar. Com o tratamento adequado, os níveis de brometo no organismo foram normalizados e ele recebeu alta após três semanas de internação.
Os autores do estudo — Audrey Eichenberger, Stephen Thielke e Adam Van Buskirk — ressaltam que o episódio evidencia riscos concretos do uso de IA para orientações médicas. “Este caso mostra como a inteligência artificial pode contribuir para doenças evitáveis e gerar consequências negativas para a saúde”, afirmam.