Mais de um terço dos trabalhadores do Brasil recebe até um salário mínimo, revela IBGE

 


Dados preliminares do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quinta-feira (9) pelo IBGE, mostram que 35,3% dos trabalhadores no país recebem até um salário mínimo, enquanto apenas 7,6% têm rendimentos superiores a cinco salários mínimos (R$ 6.060 em 2022).

A faixa mais comum de renda é de mais de um salário mínimo até dois salários (R$ 1.212,01 a R$ 2.424), que abrange 32,7% dos ocupados. A menor parcela corresponde a quem recebe acima de 20 salários mínimos (R$ 24.240 ou mais), representando apenas 0,7% do total.

Diferenças regionais

O rendimento médio mensal dos trabalhadores no Brasil foi de R$ 2.851. As regiões Norte (R$ 2.238) e Nordeste (R$ 2.015) ficaram abaixo da média, enquanto Centro-Oeste (R$ 3.292), Sudeste (R$ 3.154) e Sul (R$ 3.190) registraram os maiores valores.

Entre os estados, os menores rendimentos médios foram observados no Maranhão (R$ 1.855), Piauí (R$ 1.905) e Bahia (R$ 1.944). Já os maiores se concentraram em Distrito Federal (R$ 4.715), São Paulo (R$ 3.460) e Santa Catarina (R$ 3.391).

Desigualdades por sexo e raça

O Censo revela desigualdades estruturais no mercado de trabalho:

  • Homens: R$ 3.115, 24,3% a mais que mulheres (R$ 2.506).

  • Pessoas brancas: R$ 3.659; amarelas: R$ 5.942, acima da média nacional.

  • Pardos: R$ 2.186; pretos: R$ 2.061; indígenas: R$ 1.683, os menores rendimentos.

O Índice de Gini do país foi de 0,542, indicando alta concentração de renda. As regiões Norte (0,545) e Nordeste (0,541) apresentaram os maiores índices, enquanto o Sul teve o menor (0,476), sinalizando maior equilíbrio na distribuição de renda.

Nível de ocupação

Entre pessoas com 14 anos ou mais, 53,5% estavam ocupadas, abaixo dos 55,5% de 2010.

  • Maiores índices: Sul (60,3%), Centro-Oeste (59,7%) e Sudeste (56%).

  • Menores índices: Nordeste (45,6%) e Norte (48,4%).

  • Destaques por unidade da federação: Santa Catarina (63,5%), Distrito Federal (60,4%), Mato Grosso e Paraná (60,3%); menores: Piauí (43%), Paraíba (43,5%) e Maranhão (43,6%).

O levantamento evidencia que, apesar de pequenas melhorias em comparação a 2010, a concentração de renda e as desigualdades regionais e sociais permanecem significativas no Brasil.